AVC: Novidade no tratamento
Imagine uma árvore
frondosa, cheia de galhos e folhas verdes. A vida desta bela árvore se deve a
um conjunto de fatores, que alinhados, fornecem esta bela imagem que estamos
pensando. Um destes imprescindíveis fatores é a nutrição destas folhas, feitas
por tubos que sobem e levam a seiva para as mais altas folhas deste vegetal. Agora
imagine um arame forte circundando e apertando um destes galhos. Logo perceberemos
que as folhas já não estarão mais tão verdes, tão vivas. Elas acabam secando, morrendo e caindo no
solo, devido ao estrangulamento do galho com o arame; a seiva foi impedida de
chegar a estas folhas.
O nosso
organismo funciona da mesma maneira. Nós
somos dotados de um conjunto de artérias e veias que levam o sangue a todas as
partes do nosso corpo. Este sangue, carrega oxigênio, gás essencial a nutrição
das nossas células. Quando o oxigênio levado pelo sangue é impedido de chegar
no seu destino, temos o famoso derrame. O derrame, quando localizado na região
cerebral, apresenta um nome próprio, e é conhecido como Acidente Vascular
Cerebral, o AVC.
Incidência
Sua incidência é
maior em indivíduos negros do que brancos, e mais frequente em homens do que em
mulheres, é uma doença que ocorre predominantemente em adultos de meia idade e
idosos.
Tipos de AVC
Há dois tipos de
AVC, o hemorrágico e o isquêmico. O AVC hemorrágico é causado pela ruptura dos
vasos sanguíneos causado por aneurismas ou traumas dentro das áreas extravasculares
do cérebro. Já o AVC isquêmico, que abrange 85% dos casos de AVC, ocorre pela
obstrução dos vasos sanguíneos, impedindo a nutrição das células cerebrais.
Fatores de risco
Dentre os
fatores de risco mais relacionados ao AVC estão hipertensão arterial, diabetes
melitus, tabagismo, doenças cardíacas, hipercolesterolimia, sedentarismo,
comportamentais (emocionais e stress), obesidade e predisposição genética.
Consequências, sinais e sintomas
O AVC pode levar
a déficits neurológicos e a incapacidade ou morte. A disfunção motora é uma das
manifestações clínicas que o indivíduo que sofreu um AVE apresenta,
caracteriza-se por hemiparesia ou hemiplegia de um lado oposto ao lado da lesão
no hemisfério cerebral. A hemiparesia é caracterizada por fraqueza muscular que
pode acontecer em função da perda ou diminuição do recrutamento de unidades
motoras ou das modificações fisiológicas do músculo parético. Dentre os sinais
e sintomas dessa doença podem ser encontradas: disfunções sensoriais;
disfunções do equilíbrio e da coordenação; distúrbios da comunicação; déficits
no campo visual; comprometimentos cognitivos e intelectuais. A marcha do
paciente hemiparético consiste no membro superior fletido, ombro aduzido e punho
pronado, impedindo o balanceio dos braços. O membro inferior em extensão,
dificultando a flexão de quadril e joelho, resultando em abdução do membro
inferior para realização da troca de passos. O paciente caminha traçando o
membro inferior comprometido, em semicírculos com o pé em inversão, esse padrão
de marcha é chamado helicóide ou ceifante ou hemiparética.
Fisioterapia no AVC
O tratamento é
realizado desde a fase aguda, após a liberação médica, que tem por objetivo
reduzir as inúmeras complicações, dentre elas a Trombose Venosa Profunda (TVP)
e a síndrome do ombro dolorido (subluxação da glenoumeral). Na fase tardia,
podemos utilizar diversas técnicas e manobras, as comumente utilizadas são: o
alongamento muscular, a Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP), a
mobilização articular passiva das regiões afetadas, mudança de decúbito,
fortalecimento, treinamento de equilíbrio, motricidade fina, dissociação de
cinturas, e treinamento de marcha.
Therasuit
Uma das grandes
novidades para quem apresenta algum comprometimento devido aos AVCs é a prática
do Therasuit como forma de reabilitação. Uma série de exercícios programados e
humanizados são realizado de maneira intensiva afim de que se devolva
funcionalidade e independência aos pacientes. O protocolo de exercícios requer
comprometimento e disciplina do paciente que por 3 ou 4 semanas realiza
atividades diárias que visam o fortalecimento muscular, ganho de propriocepção,
coordenação motora e equilíbrio. As tarefas devem ser planejadas dentro da
realidade do paciente tornando-o mais funcional possível.
Este método
inovador conta com o uso de uma gaiola e um sistema de polias e elásticos que
facilitam os exercícios para o aumento da força muscular e propriocepção. Além disso,
a grande sacada deste método é o uso de uma vestimenta especial com elásticos que
facilitam ou dificultam a ação muscular, substituindo padrões posturais errados
por novos.
O método pode
ser realizado por crianças e adultos e é uma boa alternativa para aqueles que
procuram experimentar novas técnicas e boas evoluções.
Uma mulher realizando Therasuit após AVC
Espero que tenham gostado deste post. quarta feira eu volto falando da importância de uma equipe interdisciplinar no processo de reabilitação física. Até mais!
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